segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Desafios para a Toxicologia Clínica são discutidos em V Congresso Brasileiro

Com o tema central "As intoxicações no âmbito da atenção à saúde" foi aberto, na noite do dia 10 de setembro, o V Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica, que aconteceu em paralelo ao 2º Simpósio Brasileiro de Toxicologia Analítica e ao I Fórum Brasileiro e III Fórum Baiano Sobre Suicídio, no Fiesta Bahia Hotel, em Salvador. 

Representando o governador Jaques Wagner, o secretário da Saúde do Estado, Washington Couto destacou a importância da iniciativa do Ciave na realização do congresso. "Este congresso é fruto de um compromisso firmado há dois anos. Me coloco aqui como parceiro, pois precisamos ter uma visão multissetorial, visando reforçar o cuidado com a atenção básica em nosso Estado. Parabenizo a todos os servidores e servidoras do Ciave, que é uma instituição referência em saúde pública em todo o Brasil, pela realização deste evento que congrega os maiores especialistas em Toxicologia e a pesquisa científica nesta área", ressaltou Couto.


A abertura do evento, promovido pela Associação Brasileira dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (Abracit), por meio do Centro de Informações Antiveneno da Bahia (Ciave), da Secretaria da Saúde do Estado teve a presença do ortopedista Sérgio Okane, representando o Ministério da Saúde.


"A Toxicologia é uma área de estudo multidisciplinar, que engloba todas as áreas das ciências, mas sobretudo em Toxicologia Clínica, que tem um número de casos alarmante. Portanto nosso desafio é diário e estimulante", assinalou Daniel Rebouças, diretor do Ciave.


Trabalho do Núcleo de Estudos e Prevenção do suicídio foi apresentado no I Fórum Brasileiro sobre Suicídio

O depoimento de Sandra Campos, usuária do Núcleo de Estudos e Prevenção ao Suicídio – NEPS – desde 2010, depois de cinco tentativas de suicídio, foi um dos momentos marcantes da abertura do I Fórum Brasileiro e III Baiano sobre Suicídio, assinalando o transcurso do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Segundo Sandra Campos, chama atenção o estigma em relação à pessoa que tentou o suicídio, “seja da família, seja da população em geral. Diante desse estigma, começamos a omitir a depressão, que pode levar ao suicídio”.    

O I Fórum Brasileiro sobre Suicídio ocorreu em paralelo ao V Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica, que prosseguiu até sexta-feira, dia 12, numa iniciativa da Associação Brasileira dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica e Toxicologistas Clínicos (Abracit) e da Secretara da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Centro de Informações Antiveneno da Bahia (Ciave). Na abertura do Fórum, a psicóloga Soraya Carvalho, idealizadora e coordenadora do NEPS, falou sobre o trabalho desenvolvido pelo serviço,  que atende, anualmente, cerca de 1.500 pacientes que tentaram suicídio ou  têm tendência ao suicídio.


Para Sandra Campos, o NEPS foi um “divisor de águas”, um espaço onde  aprendeu a conviver com a doença, e que considera sua “segunda casa”. A coordenadora do NEPS, por sua vez, lembrou que o acompanhamento multiprofissional é fundamental para as pessoas que tentaram ou têm tendência ao suicídio, e adiantou que existe um projeto para a realização de um curso de capacitação de profissionais de saúde para o atendimento a esses pacientes, possibilitando a descentralização da assistência, tendo em vista a grande desmanda observada no Núcleo.    

Saúde Pública

O suicídio constitui importante questão de saúde pública em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que até 2020, mais de 1,5 milhões de pessoas irão cometer suicídio a cada ano. O Brasil ocupa a 67ª posição numa classificação mundial em taxa de suicídio, mas em números absolutos, o Brasil está entre os 10 países com maior número de suicídios.

Durante o Fórum Brasileiro sobre Suicídio, em conferência sobre o tema "O Suicídio e sua Prevenção", o médico José Manoel Bertolote, que esteve à frente da criação do Suicide Prevention Program, um manual de prevenção do suicídio onde a OMS propõe recomendações para que os países-membros desenvolvam ações e políticas próprias, englobando assistência e prevenção do suicídio, revelou que os suicidas possuem uma visão da vida “como um túnel, sem saída”, e que é necessário mostrar a estas pessoas que existem outras formas de encarar o mundo.

“Esse trabalho é de toda a sociedade, não só das famílias. Todos nós podemos ajudar os suicidas”, disse o médico. Segundo ele, existe uma pré disposição nas pessoas que tentam o suicídio. “Mais de 90% das pessoas que tentam suicídio são portadoras de algum transtorno mental – depressão, alcoolismo ou esquizofrenia”, pontuou, acrescentando que o número de mortes por suicídio, no Brasil, é igual ao número de mortes por AIDS, mas não temos essa percepção.

Para Bertolote, o suicídio está sempre associado a uma doença, e precisa ser tratado. “Estes pacientes precisam de uma mão estendida, de ombro amigo”, concluiu o médico, que durante o evento lançou o livro “O Suicídio e sua Prevenção”. Na obra, o médico, que recebeu o prêmio Ringel Service Award, da International Association for Suicide Prevention, órgão da Organização Mundial de Saúde (OMS), aborda o assunto de forma analítica e do ponto de vista da prevenção, a partir de uma perspectiva holística acerca das causas dos comportamentos suicidas. Ele resgata as formas como a humanidade interpretou o suicídio ao longo da história e integra essas visões, criando um paradigma biopsicossocial que agrega aspectos culturais e sua influência sobre os comportamentos suicidas em diferentes países.

A coordenadora do NEPS, Soraya Carvalho, também durante o Fórum, lançou o livro: “A morte pode esperar? Clínica Psicanalítica do suicídio”, definido pela autora como “produto das inquietações despertadas a partir de uma prática clínica de mais de duas décadas, acompanhando em psicanálise pessoas que tentaram o suicídio ou que corriam o risco de fazê-lo, em contextos público e privado, no Ciave/NEPS, ambulatório de saúde mental ligado à rede pública de saúde do estado da Bahia, e em consultório particular.”

Segundo Soraya Carvalho, estudos mostram que mais da metade das mortes violentas no mundo são em decorrência do suicídio, com números que apontam em torno de 3 mil mortes por dia no mundo e mais de 1 milhão de mortes por ano. Como existe subnotificação desses eventos, os números devem ser ainda maiores.

Fonte: Sesab. Leia mais.

Centros de Assistência Toxicológica reunem-se em Salvador

A Associação Brasileira de Centros de Informação e AssistênciaToxicológica e Toxicologistas Clínicos (Abracit), com o apoio do Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), realizou em Salvador, nos dias 8 e 9 de setembro, no Fiesta Bahia Hotel, o III Fórum Nacional dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica.
Antecedendo o V Congresso Brasileiro de Toxicologia Clínica, o evento teve como tema principal a “Atenção à Saúde no SUS - da gestão à assistência integral à saúde” e reuniu os 32 centros de informação e assistência toxicológica (CIATs) do país.
O Dr. Daniel Santos Rebouças, presidente da Abracit e diretor do Ciave, fez a abertura dos trabalhos enfatizando a participação dos CIATs no Sistema Único de Saúde (SUS) e a necessidade de integrá-los às Redes de Atenção à Saúde.
A Dra. Marlene Zanine, vice-presidente da Associação, por sua vez, fez uma análise da atuação dos Centros na atenção à saúde e ressaltou a importância destes serviços e a elaboração das diretrizes para as atividades de Toxicologia relacionadas à vigilância e atenção à saúde no SUS, a qual aguarda aprovação do Ministério da Saúde.
Além de outros assuntos, explanou-se sobre a importância da promoção de estratégias de educação permanente dos profissionais de saúde na abordagem de intoxicação e exposição humana a substâncias químicas, sintéticas ou naturais, o fortalecimento da temática de Toxicologia nos currículos de graduação e pós-graduação da área de saúde e a importância do fomento à especialização em Toxicologia para profissionais da saúde.
Representando o Ministério da Saúde, o ortopedista e traumatologista Sérgio Okane esteve presente e abordou sobre a inserção dos CIATs à Rede de Atenção às Urgências e Emergências, reconhecendo a importância desse serviço para a população e à rede de saúde do país.

A Abracit é uma sociedade civil, de âmbito nacional e sem fins lucrativos, constituída pelos CIATs ligados a instituições públicas. Dentre os seus objetivos, está a representação dos Centros e dos seu profissionais, junto a órgãos e conselhos governamentais executivos e legislativos, na busca de medidas de efetivo reconhecimento e valorização destes serviços. Os CIATs têm como missão “dar suporte aos profissionais de saúde, à população e às instituições, na atenção integral a saúde, através da informação e assistência toxicológica, visando a prevenção e a redução da morbimortalidade por intoxicações e envenenamentos”.
Fonte: Ciave.

sábado, 6 de setembro de 2014

O perigo do carvão ativado, a nova vedete das dietas detox

Diferente do carvão comum, aquele usado para fazer churrascos, o carvão ativado é conhecido há muito tempo por salvar vidas em caso de intoxicações. Vendido em cápsulas, ele tem o poder de “sequestrar” o agente tóxico e eliminá-lo pelas fezes, fazendo com que o corpo não absorva a substância perigosa. A novidade é que adeptos da dieta detox resolveram usá-lo com o propósito de desintoxicar o organismo.
A ideia pode parecer verossímil, mas não é verdade e pode ser muito perigosa. Segundo o nutrólogo Roberto Navarro, além de não haver estudos que provem qualquer eficácia do produto para o sucesso da dieta, o carvão ativado pode impedir a absorção de compostos importantes para o corpo, como as vitaminas e os minerais, e até impedir a ação de medicamentos. Ou seja, em vez de ajudar o fígado a mandar as toxinas embora, a pessoa está se desnutrindo e impedindo que remédios recomendados atuem no organismo.
Mesmo nos casos de intoxicação, é preciso usar com moderação, explica a nutricionista Cristiana Almeida Hanashiro, da Beneficência Portuguesa. Em doses elevadas, o carvão ativado também pode causar vômitos e desidratação. "As fezes podem ficar pretas, provocar diarreia ou intestino muito preso, e, em casos menos comuns, inchaço ou dor no estômago", explica Cristiana. 
Pelo fato de o carvão ativado ser poroso, ele tem capacidade de coletar seletivamente gases, líquidos ou impurezas no interior de seus poros. “O carvão entra, atrai e absorve toxinas e produtos químicos desagradáveis e os leva para fora do corpo”, detalha Cristiana. 

Para detoxificar basta alimentar-se bem
Navarro explica que cabe ao fígado a tarefa de "detoxificar" o organismo. Todos os dias as pessoas têm contato com substâncias tóxicas, seja pela alimentação (como os agrotóxicos), poluição ou outros meios. Essas substâncias, depois que caem no sangue, são direcionadas ao fígado, órgão responsável por reconhecer que elas são nocivas e inativar as toxinas, fazendo com que elas sejam eliminadas no suor, urina ou fezes.
Mas o fígado só consegue exercer sua profissão se tiver o apoio principalmente dos compostos sulfídricos presentes em vegetais verde escuros (couve, espinafre, brócolis, entre outros), cebola, alho e cogumelos comestíveis. Logo, quem não come bem atrapalha seu próprio fígado. 
Comer bem, portanto, já é ter uma dieta detox. Bem diferente de como são popularmente conhecidas as tais dietas detox, que pregam restrições alimentares mais severas e que podem trazer prejuízos sérios se realizadas por períodos longos. “A escolha adequada, a variedade e o equilíbrio do consumo dos alimentos aliado à atividade física pode levar à prevenção de doenças, manutenção da saúde e qualidade de vida”, resume Cristina. Simples assim.

Fonte: Saúde /IG. Leia mais.