quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Queimaduras, espinhos, intoxicação: como se proteger dos perigos do verão

Caravela.
O verão faz com que a procura pelas praias aumente, elevando a frequência de banhistas, mergulhadores e praticantes de esportes. Com isso, a incidência de contatos com animais aquáticos potencialmente perigosos também aumenta segundo Vidal Haddad Júnior, da Unesp Botucatu, que também estuda estes animais há 20 anos.

"O resultado (do aumento de banhistas nas praias) é que todos os anos há surtos de ataques de águas-vivas na região Sul, de caravelas no Nordeste e de piranhas nas represas e lagos de todo país", afirma.

"Além disso, as pessoas pisam em bagres e ouriços-do-mar nas praias. Um em cada mil acidentes ou atendimentos de urgência em cidades litorâneas é causado por animais marinhos."

Os dados que Haddad coletou em Ubatuba (SP) para sua tese de doutorado mostram que os casos mais comuns estavam relacionados aos ouriços-do-mar (50% de mais de 2 mil casos), às caravelas e águas-vivas (25%) e a peixes como bagres e arraias (25%).

Entre os peixes venenosos, a maioria absoluta dos problemas é causada por bagres atirados na areia por pescadores de pequenas redes.

No caso das águas-vivas e caravelas, embora pertençam ao mesmo grupo de animais, os cnidários, as primeiras são transparentes e raramente visíveis quando no mar, enquanto que as segundas têm uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua acima da linha da água, sendo facilmente percebidas.

Segundo o pesquisador, é importante saber que as caravelas permanecem com capacidade de envenenar até 24 horas após saírem do oceano, o que deve ser levado em consideração pela possibilidade de crianças brincarem com aquelas encalhadas nas praias.

O contato com esses cnidários deixa linhas avermelhadas na pele muito dolorosas, causadas por seus tentáculos. A dor é instantânea e violenta. "Deve-se retirar os tentáculos ainda aderidos sem usar as mãos nuas e, depois fazer compressas de água do mar gelada", ensina Haddad.

Mas por que água do mar? "A água doce gelada piora o quadro. Banhos com vinagre também podem ajudar a tornar o veneno inativo. Caso haja falta de ar ou aceleração dos batimentos cardíacos é recomendável procurar um hospital."

Já os ouriços-do-mar vivem em colônias em paredões rochosos ou em pequenas lagoas que se formam nas marés nos terrenos pedregosos entre praias.

O mais comum é que frequentadores das praias pisem neles, fazendo com que os espinhos se quebrem e penetrem profundamente na pele da vítima.

"A pessoa deve ficar em repouso, evitando pisar sobre a área atingida do pé", afirma Haddad. A extração dos espinhos não é fácil, por isso deve-se procurar atendimento hospitalar. Não há envenenamento com as espécies do Brasil, mas a dor pode ser forte.

Fonte: G1.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Ciave alerta para o risco de intoxicação do seu animal de estimação

Festas de fim de ano e período de férias, momentos em que os pets ficam mais próximos dos seus donos e quando muitos destes não resistem à tentação de compartilhar o seu alimento com os animais. Desta ação inocente e carinhosa pode resultar em um grande problema para a saúde dos animais.
Adriana Cavalcante, médica veterinária do Centro Antiveneno da Bahia (CIAVE), centro estadual de referência em Toxicologia, serviço que presta orientação toxicológica para casos humanos e veterinários de intoxicação aguda, alerta que os animais de estimação podem se intoxicar por diferentes substâncias perigosas que temos em nossa casa. Na maioria das vezes, isto ocorre quando ingerem determinados alimentos oferecidos pelos seus proprietários.

Dividir nossa refeição com os animais de estimação pode ser divertido, mas também bastante prejudicial, pois pode provocar transtornos decorrentes de uma intoxicação alimentar. Deve-se ter cuidado redobrado com os alimentos que ficam disponíveis e evitar oferecer restos de comida.

Os problemas decorrentes da intoxicação são inúmeros, muitos deles graves. Alimentos condimentados ou muito gordurosos, por exemplo, podem levar a vômitos e diarreia. Já os chocolates podem causar graves intoxicações, já que os cães possuem grande deficiência em metabolizar os seus componentes – o açúcar e a teobromina (estimulante similar à cafeína encontrado no cacau), podendo levá-los à morte.

Segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Liverpool, publicado no periódico Veterinary Record, a probabilidade de intoxicação por chocolate e seus derivados em cães é quatro vezes maior no Natal do que em um dia normal.

Além do chocolate, algumas frutas secas e castanhas que sobraram das festas de fim de ano podem levar a graves quadros de intoxicações. A uva-passa pode causar lesão renal aguda em cães por conta da ingestão das sementes e a noz macadâmia pode causar paralisia muscular temporária se ingerida em excesso.

Os ossos oferecidos pelos donos como “petiscos” podem levar a uma obstrução intestinal. Já alho e cebola em excesso podem provocar desde anemia, até quadros graves de intoxicação nos cães, devido à dificuldade em digerir esses alimentos.

Os sintomas dependem do tipo de alimento ingerido, mas a maioria dos quadros de intoxicação apresenta sinais agudos dentro de pouco tempo. Os mais comuns são perda de apetite, vômito, apatia, diarreia, dor abdominal e, às vezes, convulsões. Os sinais podem se acentuar e levar a prostração do animal.

Segundo a Dra. Adriana, além dos alimentos, devemos ter cuidados com os cães e gatos expostos à diversidade de produtos químicos existentes em casa como raticidas, produtos de limpeza, medicamentos, etc. Deve-se ficar atento ao aparecimento de alguns dos seguintes sintomas: febre, vômitos, diarreia, perda de apetite, depressão, convulsões, tremores musculares, aumento da salivação, pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca, problemas de coordenação e falta de ar.

Caso o animal apresente um ou mais desses sintomas e haja a suspeita de contato com um agente químico, deve-se procurar o Médico Veterinário o mais rápido possível, antes que o estado de saúde dele se torne mais grave. O Ciave pode ser contatado pelo profissional para obter orientação quanto ao diagnóstico e tratamento.

O tratamento de intoxicação alimentar inclue medidas sintomáticas, além de soroterapia e muitas vezes de internação para emprego de tratamentos específicos como lavagem gástrica, medicamentos injetáveis e indução ao vômito. Depois de controlados os sintomas mais graves, muitos animais ainda vão para casa recebendo medicamentos via oral por alguns dias.

Fonte: Ciave

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017


Bebê morre e 3 irmãos ficam feridos após sofrerem ataque de abelhas enquanto brincavam em Salvador

Um bebê de um ano morreu e três irmãos dele - de 2, 5 e 9 anos - ficaram feridos, na quarta-feira (20), após serem atacados por um enxame de abelhas, no bairro de Sussuarana, em Salvador.

Uma das crianças, que está internada no Hospital Geral Roberto Santos com os outros dois irmãos, contou que uma bola teria atingido as abelhas, enquanto eles brincavam.

"A gente tava brincando de bola. A bola caiu em cima da abelha. Quando a gente foi pegar ela, a abelha atacou. A gente saiu correndo", relatou Edvan, de 9 anos.

Conforme o menino, após o início do ataque, um tio teria tentado socorrer eles, mas também foi picado. Em seguida, um vizinho teria jogado água nos animais e conseguiu afastar as abelhas.

As crianças foram levadas para o hospital, mas o bebê não resistiu aos ferimentos. Ele será enterrado nesta quinta-feira (21). Já os outros três, que estão internados, passam bem. Os meninos estão em observação.

Segundo uma vizinha das crianças, que estava com elas no hospital, os meninos são moradores do Bairro da Paz, mas no dia do ataque estavam na casa da avó, em Sussuarana.

Fonte: G1.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Nota Abrasco ‘Contra a censura e intimidação de pesquisadores e pelo direito de se produzir ciência em defesa da vida’

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva vem a público manifestar seu repúdio à interpelação judicial demandada pela Federação da Agricultura do Estado do Ceará – FAEC, contra Fernando Ferreira Carneiro, pesquisador da Fiocruz e membro do Grupo Temático de Saúde e Ambiente da Abrasco, por ter divulgado dados do SUS sobre a classificação do Ceará na comercialização de agrotóxicos entre os estados brasileiros.
O uso de agrotóxicos é um problema de alta relevância para a saúde pública, a ciência e para a defesa da vida no Brasil, país com um dos maiores mercados consumidores de agrotóxicos do mundo [1]. A Abrasco tem desenvolvido diversas iniciativas para trazer ao conhecimento da população os impactos decorrentes do aumento do uso de agrotóxicos no Brasil. A publicação “Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde” é o maior exemplo desse esforço coletivo dos pesquisadores de nossa entidade, juntamente com representantes de movimentos sociais e outras instituições de ensino e pesquisa, como a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz.
A Fiocruz, instituição do Ministério da Saúde, tem se pautado por meio de atividades de pesquisa, ensino, cooperação e serviços sobre essa temática, incluindo atendimento ambulatorial e monitoramento de resíduos de agrotóxicos em água e alimentos ao longo de sua história. A investigação dos impactos socioambientais e sanitários decorrentes do uso dos agrotóxicos é uma das principais linhas de pesquisa desenvolvidas por diversas unidades técnico-científicas da Fiocruz.
Em apresentação técnica realizada por Fernando Carneiro, em 28 de setembro de 2015, durante audiência pública para debater os agrotóxicos e seus efeitos sobre a saúde e o ambiente, convocada pelo Ministério Público em Fortaleza, foram apresentados dados do Relatório Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, publicação de responsabilidade do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador – DSAST, Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, Ministério da Saúde[2]. Os dados mostravam que o Ceará era o terceiro maior comercializador de agrotóxicos do Brasil (em quilogramas por área plantada) para o ano de 2013.
Após a apresentação o pesquisador foi alvo de críticas e constrangimentos, especificamente, entre os anos de 2015 e 2016. Dois anos depois do ocorrido, em 18 de novembro de 2017, Fernando Carneiro foi notificado por meio de uma interpelação judicial movida pela FAEC, questionando e solicitando esclarecimentos sobre os dados apresentados, que foram produzidos pelo SUS e divulgados pela Fiocruz Ceará. Essa interpelação[3] cita parte da entrevista concedida ao Jornal O Povo, onde o pesquisador menciona a palavra “veneno” (Jornal O Povo, 29/09/2015), conforme trecho abaixo:
“Estamos sugerindo que a agroecologia seja incentivada e que quem produz (comercializa e consome) veneno, comece a pagar impostos, para, assim, termos uma agricultura mais saudável”, defende o diretor da Fiocruz no Ceará, Fernando Carneiro. [Jornal O Povo, 29/09/2015]
Abaixo seguem os comentários dos advogados da FAEC:
“Nota-se claramente a intenção desqualificadora no uso de predicativos ao defensivo agrícola, ao nominá-lo de “veneno”. Ou ainda, ao se referir ao índice de aplicação de defensivos agrícolas como “consumo”. Denota-se, outrossim, do próprio discurso do INTERPELADO, um caráter político, ao insinuar a necessidade de majoração de impostos aos produtores de pesticidas”.
Isso é apenas um exemplo da argumentação apresentada, que vai de encontro à legislação brasileira que consagra a palavra “agrotóxico”, que como qualquer substância perigosa à saúde está muito mais próxima da designação de “veneno” do que de “defensivo”. A palavra veneno, inclusive, é devidamente estampada nas embalagens dos agrotóxicos, acompanhada do símbolo da caveira, para justamente alertar a população que os mesmos podem causar a morte. Além do mais, os agrotóxicos são isentos de uma série de impostos, chegando a isenção total em alguns estados como o Ceará, questão que agora será analisada pelo Supremo Tribunal Federal, tendo a Abrasco como amicus curiae de uma ação popular nacional contrária a essa situação.
A terminologia adotada por Fernando Carneiro foi definida na LEI Nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Cabe destacar também que o Decreto Nº 4074/2002 que Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, determina em seu anexo VIII em relação a rotulagem das embalagens de agrotóxicos:
“1.8 Deve ser incluído no painel frontal do rótulo, na faixa colorida, círculo branco com diâmetro igual a altura da faixa, contendo uma caveira e duas tíbias cruzadas na cor preta com fundo branco, com os dizeres: CUIDADO VENENO;” (grifo nosso)
Finalmente, na interpelação, é solicitado pela FAEC que o pesquisador:
Abstenha‐se o INTERPELADO de:
  1. a) praticar divulgações midiáticas ou qualquer outro ato sem embasamento de dados fornecidos por órgãos oficiais; ou, ainda, fundamentado em intepretações conflituosas e desvirtuadas, a exemplo das elencadas na presente; b) utilizar denominações pejorativas e/ou desqualificadoras, a exemplo da denominação “veneno”, proferida no Jornal O Povo, 29/09/2015, ao se referir aos Defensivos Agrícolas, mormente em oportunidades de divulgação de grande visibilidade;
Fernando Carneiro de fato mencionou dados divulgados pelo Sistema Único de Saúde – SUS. A Fiocruz é instituição federal que integra o SUS, e todo estudo que revele fatos de interesse para o bem comum deve ser publicamente revelado. Não apenas por representar o retorno aos recursos públicos investidos nos estudos e pesquisas, como também por um dever ético profissional e cidadão. Interpelações judiciais como essa revelam interesses corporativos e econômicos. É clara a sua intenção em coibir a atuação de pesquisadores qualificados, reconhecidos no país e no exterior, com trajetória acadêmica de excelência. O alvo não é apenas esse pesquisador, como indivíduo, mas a intimidação para aqueles que se posicionem de modo contrário aos interesses econômicos desses grupos. Os dados mencionados, reiteramos, são informações oficiais e de pesquisas científicas sobre o uso de agrotóxicos e seus impactos. Essa estratégia corporativa foi amplamente utilizada pela indústria do tabaco e disseminou-se para outras atividades com potencial de causar danos à saúde e ao ambiente, como a indústria de agrotóxicos. Por quase meio século a indústria do tabaco negou sistematicamente a relação entre o cigarro e doenças como câncer, problemas cardíacos, enfisema pulmonar e doença pulmonar obstrutiva crônica, além de não admitirem que cigarro e nicotina viciam e causam dependência, tratando os mesmos como simples “hábitos”. De fato, comitês científicos criados pelas empresas alegaram que não seria “cientificamente correto” afirmar a existência de uma relação causal entre tabaco e câncer, apesar de existirem evidências científicas suficientes comprovando o contrário. Dessa maneira, a indústria do tabaco seguiu desqualificando pesquisadores e estudos que trouxessem evidências contrárias a seus interesses. Este tipo de estratégia das corporações é amplamente conhecida e alvo de publicações científicas. Fabricantes de produtos perigosos tentam influenciar a opinião pública ridicularizando cientistas cujas pesquisas ameacem poderosos interesses, desqualificando pesquisadores, ou mesmo financiando pesquisas de natureza duvidosa para criar contradições no conhecimento acumulado. Dessa maneira, os interesses das partes envolvidas são favorecidos em detrimento das melhores decisões para a sociedade e o bem comum.
A informação e comunicação em saúde, seja ela difundida por meio de artigos científicos, documentos e outros meios de divulgação, são fundamentais para a garantia do direito à saúde, sendo uma das atribuições das instituições de ensino, pesquisa em saúde e do SUS. As diversas formas de constrangimento e perseguição aos pesquisadores, bem como o aumento da violência no campo no Brasil já foram temas de mesas e debates nos eventos e manifestações produzidas pela Abrasco. Os ataques também se dirigem às populações do campo, da floresta, das águas e das cidades, às instituições públicas, ao SUS e à própria democracia no nosso país.
Nesse momento, a liberdade para a pesquisa e divulgação científica está sendo ameaçada. Utilizam-se meios judiciais para ataques empregando-se publicações sem rigor metodológico. Essas tentativas de intimidação e cerceamento da pesquisa e ensino vêm se avolumando na atual conjuntura de ampla regressão de direitos e conquistas históricas, que colocaram o país em uma posição de protagonismo inédito no panorama mundial da ciência. A informação em saúde é um direito da sociedade e precisa ser ampliado no Brasil, incluindo a divulgação dos impactos socioambientais gerados pelos agrotóxicos.
O episódio revela ainda um retrato preocupante para a sociedade. A falta de transparência dos dados referentes ao uso e comercialização de agrotóxicos no Brasil, que dificulta a participação da sociedade civil e de instituições científicas no acompanhamento e investigação dos impactos decorrentes das tecnologias predominantes na agricultura brasileira. Atualmente não são disponibilizados os volumes de agrotóxicos comercializados por cultura e por município. Essas informações são fundamentais para a formulação de ações voltadas para a prevenção de doenças e danos decorrentes dos agrotóxicos, tais como: planejar o monitoramento de resíduos em água, solo e alimentos; direcionar as ações de diagnóstico, tratamento e prevenção de intoxicações de acordo com a toxicidade esperada dos agrotóxicos mais usados; identificar o perfil tecnológico voltado a produção das culturas e propor modos mais eficazes e seguros.
Por trás desses ataques está a tentativa de calar as denúncias e ocultar os impactos negativos trazidos pelo uso de agrotóxicos e pelo modelo de agricultura caracterizado por grandes latifúndios, produção de commodities agrícolas e uso intenso de agroquímicos e sementes transgênicas. Tentativas de intimidação sobre pesquisadores tem a intencionalidade de gerar constrangimentos com intuito de obstruir o trabalho e os estudos sobre o tema que tem se ampliado no Brasil e demais países, devendo ser respondidas de forma contundente pela comunidade científica e entidades da sociedade em geral na exigibilidade do direito à saúde e da democracia.
Conclamamos todas e todos a repudiarem esse tipo de censura e intimidação e se somar à Abrasco, ao assinar essa nota pública de apoio ao direito à informação de toda a sociedade e de garantia à pesquisa livre e independente dos interesses e ameaças das grandes corporações que produzem e propagam o uso de venenos.

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2017.
Associação Brasileira de Saúde Coletiva

[1] Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Organização de Fernando Ferreira Carneiro, Lia Giraldo da Silva Augusto, Raquel Maria Rigotto, Karen Friedrich e André Campos Búrigo. – Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Expressão Popular, 2015.
[3] Norões | Gondim | Pedrosa – Advogados. Rua Marcondes Pereira, no 1131, Dionísio Torres, CEP: 60.135-222 – Fortaleza –CE, Fone: (85) 3272.2511 e-mail: adm@ngpadv.com.br www.ngpadv.com.br

Assinam esta Nota Abrasco:
Ana Flávia Quintão
Pesquisadora e docente da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais
AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia
Tania Pacheco – Blog Combate Racismo Ambiental​

sábado, 16 de dezembro de 2017

Proposta institui novo sistema de Toxicologia no SUS

A equipe do Centro de Informações Antiveneno da Bahia (Ciave-BA), órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), assim como de outros centros do gênero no país, encontra-se na expectativa da aprovação do Projeto de Lei (PL) 9.006/2017 (originalmente designado como PL 96/2014), de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) uma nova política voltada para a Toxicologia.

O projeto foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado no dia 04/10 e apresentado à Câmara dos Deputados no dia 01/11, estando agora aguardando o parecer do Relator na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara. Não havendo alteração durante a sua tramitação na Câmara, o PL segue para sanção presidencial.

O PL propõe alteração da Lei nº 8080/90 – que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências – para estabelecer como competência da direção do Sistema Único de Saúde (SUS) o planejamento, a regulamentação, a implantação e a coordenação do Sistema Nacional de Logística de Antídotos (SINALANT), em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.

O projeto foi motivado pela constatação da indisponibilidade de antídotos no país em quantidades suficientes para tratar as vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que resultou na morte de 242 pessoas em janeiro de 2013, decorrente da inalação de gases tóxicos (em especial o cianeto) gerados pela queima do material sintético usado no revestimento das paredes e do teto da boate.

Segundo a relatora do PL na CAS, a senadora Ana Amélia (PP-RS), o projeto possibilita a efetivação de um "amplo sistema nacional de Toxicologia" no âmbito do SUS, veiculando logística, organização do sistema de notificação, sistematização da rede assistencial, elaboração dos protocolos clínicos e a capacitação de médicos e profissionais auxiliares.

Compartilhando com esse entendimento, a Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Abracit), da qual o CIAVE-BA é membro fundador, vem acompanhando o andamento do PL desde 2015, quando participaram da audiência pública, juntamente com o representante da Anvisa, a Prof. Dra. Solange Cristina Garcia (professora de Toxicologia da UFRGS), o Prof. Dr. Fábio Bucaretchi (do Centro de Informações e Assistência Toxicológica da Unicamp), a Profa. Dra. Marlene Zannin (do Centro de Informações Toxicológicas da UFSC) e o Dr. Daniel Junqueira Dorta (à época, presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia – SBTox).

Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) tiveram a sua inserção no SUS, de forma efetiva, através da Portaria Nº 1.678, de 2 de outubro de 2015, a qual instituiu os Centros como estabelecimentos de saúde integrantes da Linha de Cuidado ao Trauma, da Rede de Atenção as Urgências e Emergências no âmbito do SUS.

Os 33 CIATox distribuídos no Brasil registram mais de 120.000 intoxicações por ano. Na Bahia, em 2017, já foram registrados mais de 19.000 casos envolvendo diversos agentes tóxicos, através dos sistemas oficiais de informação. O Ciave-BA, por sua vez, atendeu mais de 7.500 casos.

Fonte: Ciave.


sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Encontro avalia execução do Programa PARA em 2018

Nesta quarta (6/12) e quinta-feira (7/12), a Anvisa sedia a II Reunião Geral do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) de 2017. O encontro, que ocorre no auditório da Anvisa, em Brasília, reúne servidores de vigilâncias sanitárias estaduais e municipais de todo o país, além de analistas dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), responsáveis pelas análises do programa. Representante do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), órgão com o qual a Anvisa firmou tratativas para a produção de materiais de referência para as análises do PARA, também participam.
O evento tem por objetivo realizar avaliação conjunta sobre a execução do programa em cada estado no ano de 2017 e planejar as ações de 2018.

Novos testes

Desde 2016, a Anvisa vem trabalhando na reestruturação do PARA, com a meta de fortalecer o programa e implementar melhorias que impliquem em maior eficiência das ações pós-resultados e, consequentemente, aumento da segurança alimentar relacionada à presença de resíduos de agrotóxicos.
Foi construído um novo plano de amostragem, que conta com a ampliação do número de alimentos monitorados de 25 para 36. Isto representa 80% do consumo de alimentos de origem vegetal dos brasileiros, de acordo com os dados do IBGE. Os alimentos serão monitorados nos próximos três anos, dentro de um plano plurianual.
Também foram incluídos novos agrotóxicos na listagem de substâncias pesquisadas, como o 2,4-D e o glifosato, dois dos produtos mais comercializados no país.

SNVS

Houve ainda a expansão da quantidade de municípios de coleta, que passou de 30 para mais de 70 cidades. Destaca-se que o envolvimento de servidores dos vários entes do SNVS tem sido um grande diferencial do programa, especialmente nos esforços empreendidos na execução desse novo plano.
A Anvisa está ciente dos principais entraves relatados pelos servidores das vigilâncias sanitárias locais e vem realizando ações para minimizar as dificuldades identificadas. O PARA é um programa estratégico para a Anvisa e essencial para a segurança alimentar da população brasileira no que tange à presença de resíduos de agrotóxicos nos alimentos, de modo que a Agência está focada em ações que possibilitem seu crescimento e fortalecimento contínuo.

Objetivos de desenvolvimento da ONU

A respeito da segurança alimentar, será realizada uma mesa de discussão sobre a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais fazem parte de um Protocolo Internacional da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), onde o Brasil assumiu o compromisso de implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda contempla 17 ODS e 169 metas associadas que refletem as dimensões do desenvolvimento sustentável de maneira integrada, indivisível e transversal.
O foco dessa discussão será a preparação do governo para alcance da meta 2.4, relacionada a garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, entre outros aspectos. Participarão da mesa o auditor do TCU, responsável pela auditoria realizada sobre o tema em diversos órgãos, incluindo a Anvisa; analista do Ibama; pesquisador da Embrapa e representante da Anvisa, que apresentará sobre o uso dos dados do PARA na reavaliação.
Nesse aspecto, considerando que o tema abrange uma diversidade de atribuições, é importante destacar a necessidade da realização de ações cada vez mais integradas entre os órgãos governamentais envolvidos de todas as esferas para que o Brasil possa alcançar a implementação dos ODS.
Fonte: Anvisa.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Simpósio faz alerta sobre exposição de populações ao agrotóxico

“A Realidade Silenciosa dos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde Humana e no Meio Ambiente”, foi o tema da palestra de abertura do Simpósio Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, o Expo VSPEA, que está sendo realizado no auditório do Ministério Público, no Centro Administrativo da Bahia.

O agrônomo Luiz Cláudio Meirelles, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi o primeiro palestrante do dia e fez o alerta sobre a situação atual. Ele lembrou que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, com a utilização de 1 milhão de toneladas por ano. Este mercado movimenta R$ 35 bilhões anualmente.

“Segundo relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o envenenamento por agrotóxicos provoca 200 mil mortes por ano e 99% delas ocorrem nos países em desenvolvimento”, destaca o pesquisador. Luiz Cláudio ainda afirma que os órgãos de Saúde, Meio Ambiente, Trabalho e Educação nas três esferas de poder operam com capacidade reduzida para enfrentar o problema da exposição aos agrotóxicos.

Meirelles observa que de 2007 a 2013 a área plantada no Brasil se manteve, mas houve a intensificação do uso de agrotóxicos. Ele lembrou que a liberação dos transgênicos está associada a esta elevação. “Na discussão sobre a liberação dos transgênicos eles foram apresentados para a agricultura como uma evolução. Haveria a diminuição do uso de venenos porque as plantas seriam mais resistentes. Mas as modificações genéticas feitas nas sementes foram para elas, na verdade, suportarem mais veneno”, destaca.

Luiz Cláudio Meirelles relatou que, até setembro deste ano, 521 ingredientes ativos para agrotóxicos estão autorizados no Brasil. Deste total, 70 são proibidos na Austrália, Estados Unidos, Canadá e Europa. Dos 50 agrotóxicos mais vendidos no País, 29 são proibidos em outras nações. São comercializados 1070 tipos agrotóxicos no Brasil.

“É preciso trabalhar na redução da exposição aos agrotóxicos. Há estudos que comprovam o adoecimento por câncer decorrente a essa exposição. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) já alertou sobre isso”, declara Meirelles.

Segundo o pesquisador da Fiocruz, existem muitos casos de intoxicação não notificados, principalmente crônicos. “A Vigilância em Saúde tem um papel fundamental para melhorar isso”, pontua.

Luiz Cláudio apontou problemas que precisam ser combatidos. “Os agrotóxicos não pagam impostos, o monitoramento da exposição e contaminação são precários, não há laboratórios para enviar amostras de trabalhadores contaminados, o incentivo à agroecologia ainda é pequeno e há a prevalência do interesse econômico”, enumera.

Após a palestra de Luiz Cláudio Meirelles, a coordenadora geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Thais Cavendish, falou sobre “A Implementação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA)”.

Na sequência das palestras, começaram as apresentações, que seguem até quarta (07), das experiências de sucesso desenvolvidas no País no segmento de VSPEA. Dos 20 trabalhos selecionados para apresentação, cinco são de técnicos da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O simpósio é promovido pela Diretoria Vigilância Sanitária e Saúde Ambiental (Divisa) da Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), órgão da Sesab.

 Fonte: Suvisa

sábado, 2 de dezembro de 2017

Proibição do Paraquate é atualizada

A Anvisa publicou nesta sexta-feira (1/12) uma atualização na RDC 177/2017 que trata da proibição do agrotóxico paraquate no Brasil.
As principais questões tratam da produção do produto para exportação, o prazo para que as empresas implantem os formulários informativos e termos de responsabilidade, e o prazo de esgotamento dos estoques adquiridos pelos agricultores.
O novo texto permite a produção, exclusiva para exportação, de agrotóxicos com paraquate em embalagens menores que cinco litros.
Para a distribuição dos folhetos informativos com frases de alerta o prazo das empresas é de 120 dias. Para a inclusão do Termos de Conhecimento de Risco e de Responsabilidade o prazo é de 180 dias.
Também houve uma atualização das frases de advertência e informações que fazer parte do termo de responsabilidade.
Fonte: Anvisa.

Definida data da 1ª Conferência Nacional de Vigilância

A etapa nacional da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS) já tem data marcada. O evento acontecerá de 27 de fevereiro a 2 de março e contará com 140 delegados nacionais, 1354 delegados eleitos em todas as etapas estaduais, 178 convidados e 39 participantes livres.
A decisão aconteceu na tarde da última terça-feira (28/11), quando a direção do Conselho Nacional de Saúde (CNS) fez um evento de inauguração da etapa nacional. A conferência estava marcada para novembro de 2017, mas precisou ser adiada por conta de processo licitatório.
Antes da definição, algumas conferências municipais e macrorregionais já haviam sido realizadas. Elas geraram relatórios com temas sobre vigilância em saúde que poderão ser explorados no evento nacional. Confira o consolidado de propostas.
A Anvisa organizou nove propostas, voltadas para a construção de uma política nacional que levem em consideração a extensão e a diversidade do país, para consolidar ações de proteção e promoção da saúde da população. Leia aspropostas da Anvisa para a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde na íntegra.
Fonte: Anvisa.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Lançado o atlas "Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia"

Ocorreu nesta segunda-feira (27/11) o lançamento do "Atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Européia", elaborado pela Profa. Larissa Mies Bombardi, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Trata-se de um levantamento detalhado de dados sobre o consumo de agrotóxicos no Brasil, baseado em fontes oficiais, e compara a situação no Brasil com o que acontece na União Européia. O atlas é rico em infográficos, os quais facilitam a compreensão e a visualização das informações abordadas.

Consiste em um material rico em informações e que deve ser lido por todos, independente da área de atuação, pois consiste em um importante instrumento de conscientização, além de servir de suporte para políticas públicas que envolvam a proteção da população exposta aos agrotóxicos.

O Atlas é disponibilizado no formato digital para download gratuito no link: https://drive.google.com/file/d/1ci7nzJPm_J6XYNkdv_rt-nbFmOETH80G/view  ,
ou para compra no formato impresso, a partir do dia 11/12/2017, no blog https://www.larissabombardi.blog.br/atlas2017 .

Fonte: Ciave.

sábado, 25 de novembro de 2017

1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde é adiada

A etapa nacional da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNS) foi adiada. A data do evento, que iria ocorrer entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro deste ano, ainda não está definida.

O adiamento foi motivado por judicializações no processo licitatório para a realização da Conferência.

Encontro

A proposta da 1ª CNS é reunir representantes de todas as regiões do país para discutir uma política nacional de vigilância em saúde, que inclui também a vigilância sanitária. Para a Conferência, a Anvisa organizou nove propostas de diretrizes para consolidar as ações de promoção e proteção da saúde da população.

As propostas da Anvisa são voltadas para a construção de uma política nacional e que considerem o tamanho do país e suas diferenças. O texto foi construído a partir de discussões realizadas com estados e municípios. Ao todo foram três conferências livres que ocorreram em junho deste ano.

Conheça as propostas da Anvisa para a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde.

Simpósio aborda a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos

Salvador sedia entre os dias 5 e 7 dezembro, o Simpósio Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, o Expo VSPEA. O evento irá apresentar as experiências de sucesso desenvolvidas no País neste segmento. Dos 20 trabalhos selecionados para apresentação, cinco são de técnicos da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, o que vem gerando impactos adversos na saúde humana e no meio ambiente. Segundo Ruy Muricy de Abreu, técnico da Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental (Coviam) da Sesab, vários estudos científicos em diversos países têm evidenciado a relação entre o uso de agrotóxicos e diversas doenças, a exemplo de leucemias e outros cânceres; alterações neurológicas (como Doença de Parkinson); lesões no fígado, pele e pulmão; alergias, alterações hormonais, problemas comportamentais e de saúde mental.

Outros estudos ainda sugerem alterações genéticas e má formação em animais. “Esses venenos estão presentes no nosso dia a dia e podem contaminar, também, o solo, o ar, os alimentos, a água e a vida animal”, afirma Ruy Muricy, que é engenheiro agrônomo. Ele ressalta que ainda há uma invisibilidade para a dimensão do problema. “Existe uma subnotificação de casos de intoxicação, sobretudo, do trabalhador rural e seus familiares, que diariamente se expõem aos venenos agrícolas”, destaca.

Além da mostra de trabalhos, o Expo VSPEA terá palestras do agrônomo Luiz Cláudio Meirelles, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da coordenadora geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Thais Cavendish.

Palestras
O tema da palestra de Meirelles será “A Realidade Silenciosa dos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde Humana e no Meio Ambiente”. Já Cavendish vai falar sobre “A Implementação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA)”.

O objetivo principal do Expo VSPEA é a troca de experiências e capacitação de profissionais de saúde para fortalecer as ações integradas e articuladas em saúde pública.

O simpósio é promovido através de uma parceria entre a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS). O evento é voltado para profissionais da saúde pública que atuam em Vigilância e Atenção à Saúde nas diferentes esferas: municipal, regional, estadual e federal.

Haverá representantes dos nove Núcleos Regionais de Saúde e 40 municípios prioritários da Bahia. As inscrições são gratuitas. Quem ainda não foi comunicado sobre o evento e tem interesse em participar pode procurar os coordenadores regionais de saúde ou a secretaria municipal da cidade onde atua. Também pode entrar em contato com a Coviam pelo e-mail: divisa.coviam@gmail.com ou pelo telefone (71) 3270-5772/ 5806. O local em Salvador onde será realizado o Expo VSPEA será divulgado em breve.

Programação:

 

 


Fonte: Divisa/Sesab.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O CIAVE esteve presente no I Congresso Norte-Nordeste de Medicina de Emergência

O CIAVE teve representação no I Congresso Norte-Nordeste de Medicina de Emergência, I Congresso Norte-Nordeste de Enfermagem de Emergência e I Congresso Norte-Nordeste das Ligas Acadêmicas de Emergência, que ocorreram em Teresina (PI), no período de 16 a 18 de novembro.

O Congresso de Medicina de Emergência foi promovido pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência - ABRAMED e teve como objetivo discutir as principais situações que envolvem o atendimento inicial ao paciente no Pré-Hospitalar e no Pronto-Socorro.

Emergências cardiológicas, politraumatismo, regulação de leitos foram alguns dos temas abordados no evento.

O tema "emergências toxicológicas", eventos com grande impacto nos serviços de saúde, foi abordado por Edilúcia Salomão, enfermeira do Ciave, em dois momentos: no mini curso pré-congresso de Atendimento Inicial ao Paciente Intoxicado (16/11) e em palestra sobre Emergências Toxicológicas (18/11).

Fonte: Ciave.

domingo, 19 de novembro de 2017

Soro contra picada de animais ganha regra específica

Produtos como o soro utilizado no tratamento de picadas de cobra e de escorpião ganharam regras específicas para sua fabricação e registro. A norma publicada pela Anvisa é a primeira que trata de forma específica este tipo de produto.

Conhecido como soros hiperimunes, estes medicamentos são fabricados de forma bem específica, com o uso do plasma (sangue) de outros animais. Entre os soros hiperimunes mais conhecidos estão os soros antiofídico, contra veneno de cobra, antirrábico, que protege contra a raiva e o antiescorpiano, contra picada de escorpião.

O antídoto para um veneno de cobra, por exemplo, é fabricado com a injeção do veneno de cobra em um animal como o cavalo. A partir daí o sangue do cavalo é coletado, separado e processado dando origem ao soro que será utilizado em pessoas vítimas de picada de cobra.

Por ter este tipo de produção tão diferente, a Anvisa decidiu editar uma norma específica para estes soros. Até então os soros hiperimunes seguiam as regras gerais para fabricação de medicamentos biológicos.

Uma das diferenças é a dificuldade de se elaborar estudos clínicos para estes produtos já que não existem comparadores no mercado. A nova norma traz critérios mais flexíveis para a comprovação de eficácia e segurança que levam em consideração as suas características de produção e uso.

Garantia de soro para o SUS
Em geral, soros deste tipo não despertam o interesse de grandes laboratórios, mas são fundamentais para garantir o tratamento às vítimas de animais e insetos peçonhentos.

Hoje existem 31 soros registrados no Brasil, todos de laboratórios público: Funed (MG), Instituto Butantan (SP), Instituto Vital Brasil (RJ) e o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI-PR).

A consulta pública que baseou a norma recebeu 123 contribuições, das quais 97 foram aceitas e consideradas na redação final. A nova resolução RDC 187/2017 não afeta os produtos que já estão no mercado.

Confira RDC 187/2017 que define regras para soros hiperimunes.

Confira os principais pontos e justificativas da norma sobre soros hiperimunes.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Ciave alerta para boato sobre aparecimento de nova espécie de cobra em Itaparica

Cobra do deserto. (Imagem: thewildhanbury) 
O Centro de Informações Antiveneno (Ciave), centro estadual de referência em Toxicologia e órgão da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), alerta para mais um boato que está circulando em diversos grupos de mídias sociais. Segundo a informação que está sendo propagada, “uma nova espécie de cobra está tirando a paz dos banhistas na ilha de Itaparica principalmente na praia de barra grande onde foi encontrado o maior numero da espécie ,pois se trata de uma espécie muito venenosa, muito cuidado ao trafegar na areia ,ela ataca com muita facilidade.”

Segundo Jucelino Nery, farmacêutico do Ciave e coordenador do Programa de Acidentes por Animais Peçonhentos na Bahia, esta notícia não passa de um “fake”, ou seja uma notícia falsa. Além dos fortes indícios de boato por conta das características da notícia e do vídeo divulgado mostrar uma víbora do Deserto do Saara, inexistente no Brasil, a questão foi verificada junto aos serviços de vigilância epidemiológica dos municípios de Itaparica e Vera Cruz, não havendo nenhum registro do suposto aparecimento.

Ainda segundo Jucelino Nery, no Brasil existem apenas quatro gêneros de serpentes peçonhentas: Bothrops (que são as jararacas), responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos; Crotalus (as cascavéis), cerca de 8% das ocorrências; Lachesis (as surucucus), correspondentes a 1,5%; e o Micrurus (as corais), responsáveis por 0,5% dos acidentes.

No caso de picada por qualquer animal peçonhento (serpente, aranha, escorpião, abelha, ou qualquer outro deste grupo) deve-se procurar imediatamente uma unidade de saúde para o tratamento adequado. Jucelino ressalta que não se deve passar nada no local, além de água e sabão, muito menos usar torniquete, fazer cortes ou sugar o local da picada.

O Ciave conta com uma equipe de plantão 24 horas por dia, que pode ser contatada através do número 0800 284-4343, para prestar orientações à população quanto às medidas de prevenção e primeiros socorros, assim como aos profissionais de saúde em relação ao diagnóstico e tratamento referentes a envenenamentos.

Fonte: Ciave.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Sistema de toxicologia será apresentado nesta segunda

Na próxima segunda-feira (13/11), a Anvisa irá apresentar o Sistema de Peticionamento da Toxicologia, o Siptox. O evento será aberto ao público e irá ocorrer no auditório da Anvisa a partir das 9h. O encerramento está previsto para às 17h.

O Siptox dará suporte ao peticionamento simplificado eletrônico estabelecido na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 184/2017. A norma entra em vigor na sexta-feira, 17 de novembro.

O encontro tem por objetivo apresentar o sistema a pontos focais do setor regulado e responder dúvidas sobre o assunto. O treinamento irá abordar os pontos mais importantes da RDC, as definições trazidas pela norma, as condições para o uso do sistema, seus conceitos e como usar a ferramenta de peticionamento eletrônico para processos de registro e pós-registro que serão submetidos à avaliação toxicológica via peticionamento simplificado. Durante a apresentação, também será demonstrada a migração de petições convencionais para o novo modelo.

O evento também será transmitido, ao vivo, pelo link: https://join-noam.broadcast.skype.com/anvisa.gov.br/87f4677433594e71a8ef5b54c543ebe4. Também por este link, você poderá assistir à integra da reunião após o evento.

Fonte: Anvisa.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Concluída avaliação do Benzoato de Emamectina

As informações sobre o ingrediente ativo foram publicados nesta segunda-feira (6/11) no Diário Oficial da União.

A Anvisa publicou, nesta segunda-feira (06/11), a conclusão da avaliação toxicológica do ingrediente ativo Benzoato de Emamectina (B55) e do respectivo produto formulado Proclaim 50®, para fins de registro junto ao Ministério da Agricultura.  As informações estão no Diário Oficial da União.

O produto pertence ao grupo químico avermectina e à classe dos inseticidas, com uso agrícola para a aplicação foliar nas culturas de algodão, feijão, milho e soja. O ingrediente ativo foi enquadrado na Classe Toxicológica I, extremamente tóxico, devido ao resultado do estudo de irritação ocular.

Atualmente, este produto tem registro em vários países, incluindo Estados Unidos, Austrália, Japão e Comunidade Europeia.

A proposta de Resolução que incluiu o Benzoato de Emamectina na relação de monografias dos ingredientes ativos de agrotóxicos passou por 30 dias de Consulta Pública (CP 395/2017). Foram recebidas oito contribuições sobre o tema, sendo que cinco foram acatadas, duas não foram acatadas e uma se tratava de questionamento quanto a características toxicológicas do produto.

Histórico
Em 1 de abril de 2003, a Anvisa recebeu o primeiro pedido de avaliação toxicológica do Benzoato de Emamectina para fins de registro do produto como agrotóxico. A solicitação foi feita nos termos da Lei 7.802 de 1989, que não contemplava o alvo Helicoverpa armígera.

Este pedido foi indeferido em 10 de fevereiro de 2010, tendo em vista os efeitos neurotóxicos observados e a existência de outros produtos já registrados e com menor toxicidade utilizados para o mesmo fim.

Em 2013, após decretar emergência fitossanitária para conter a praga quarentenária A-1 Helicoverpa armígera, o Ministério da Agricultura liberou, em caráter emergencial, o uso do produto por meio da Instrução Normativa nº 13.  Na oportunidade foi protocolado pela empresa novo pedido de registro do referido produto.

Com isso, o Ministério da Agricultura, por meio do Ato nº 01/2016, incluiu o Benzoato de Emamectina na lista de produtos prioritários de análise. O fato determinou o início da avaliação toxicológica pela Anvisa. Este novo pedido trouxe outras questões relevantes do ponto de vista técnico-científico para o entendimento dos aspectos toxicológicos do produto em relação à saúde humana. Exemplo disso foram as novas evidências sobre neurotoxicidade, que afastaram os riscos antes identificados pela Anvisa em 2010, quando o produto foi indeferido.

Regras para registro
Para serem utilizados no Brasil, os agrotóxicos devem ser registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atendendo as diretrizes e exigências dos órgãos responsáveis pelos setores da saúde, do meio ambiente e da agricultura. Neste processo, a Anvisa é responsável pela avaliação dos aspectos toxicológicos e de risco de exposição a este tipo de produto, o Ibama pelos aspectos ecotoxicológicos e a eficiência agronômica do produto é avaliado pelo Mapa.

Clique aqui e acesse a monografia do ingrediente ativo Benzoato de Emamectina (B55).

Fonte: Anvisa.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Envenenamento é tema de palestras do Ciave para Militares do Corpo de Bombeiros

Nessa segunda-feira (30/10) 60 cabos do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS, tiveram palestra sobre animais peçonhentos e atendimento ao paciente intoxicado ministrada por Edilúcia Salomão, enfermeira do Centro de Informações Antiveneno (Ciave), no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – CFAP-BM, em Simões Filho.

O CAS possui uma carga horária 600 horas e visa atualizar esses militares nos conhecimentos de combate a incêndio, modalidades de  salvamento (terrestre, aquático, etc.) e socorrismo.
Já na manhã de hoje (31/10), o Ciave recebeu a visita de 47 alunos do Curso de Formação de Oficiais Auxiliares do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, que tiveram a oportunidade de conhecer as instalações do Centro, considerado referência para a Região Nordeste.

Às 9 horas foi iniciada palestra sobre animais peçonhentos e plantas tóxicas para esses alunos, ministrada por Jucelino Nery, farmacêutico e coordenador técnico do Ciave, no auditório principal do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Na abertura do evento, o Tenente-Coronel Antônio Júlio Nascimento Silva, coordenador de saúde do Corpo de Bombeiros, ressaltou a importância do Ciave, serviço da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), na orientação à população e aos profissionais de saúde no que diz respeito à prevenção, diagnóstico e tratamento de envenenamentos.

O TC Júlio relatou experiência vivida por ele quando da condução de uma criança vítima de ingestão de bolinhas de naftalina a uma unidade de saúde, quando foi feito contato com o Ciave e este orientou o médico da unidade de emergência quanto à adequada conduta para aquela situação. A naftalina tem rápida absorção por via oral e pode provocar intoxicação grave.

A palestra foi iniciada abordando os mitos que permeiam o imaginário da população no que diz
respeito aos acidentes por animais peçonhentos como a morte nas primeiras horas após picada; o uso de torniquete; a sucção no local da picada; a utilização de fumo, alho, querosene e outras condutas. Jucelino Nery alertou que estas medidas são contraindicadas e podem levar um risco maior para a vítima do acidente.

Com mais de 10.000 casos por ano na Bahia, os acidentes por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública e o conhecimento adequado quanto às medidas preventivas, de primeiros socorros, diagnóstico e tratamento corretos podem reduzir significativamente o número de ocorrências e sequelas. Segundo o farmacêutico do Ciave, só com a utilização de botas de cano alto ou de perneiras é possível reduzir em mais de 60% a probabilidade de picada por serpentes.
Abordou-se também os acidentes por escorpiões, aranhas, abelhas e outros animais venenosos, além de plantas tóxicas como a espirradeira, comigo-ninguém-pode, mamona, coroa-de-cristo e outras.

Ao final do evento, o TC Júlio agradeceu a realização da palestra e ressaltou que os 47 alunos ali presentes serão multiplicadores destas importantes informações. Agradeceu também ao diretor do HGRS por ter cedido o auditório para a realização do evento. Logo após, os militares tiveram a oportunidade de conhecer alguns exemplares de animais venenosos, que estavam expostos no auditório e, em seguida, foram visitar o Ciave.

O Ciave completou, no dia 30 de agosto, 37 anos de existência e tem recebido, ao longo desse período, o reconhecimento da importância e qualidade do seu serviço por diversas instituições. A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) o considerou como modelo de centro de informação e assistência toxicológica para os países em desenvolvimento. Recentemente, através da Moção nº 20.894/2017, da Assembléia Legislativa da Bahia (ALBA), a Deputada Fabíola Mansur congratulou o Centro pelo seu aniversário e o parabenizou pelo “trabalho sério e comprometido com a saúde pública ao longo destes 37 anos”.

Fonte: Ciave.

domingo, 29 de outubro de 2017

Consumo de metanol mata sete pessoas no Equador

Sete pessoas morreram e duas permanecem em estado crítico após a ingestão de álcool para uso industrial em Quito, informou o ministério equatoriano da Saúde.
O ministério informou em um comunicado que um alerta sobre casos suspeitos de intoxicação por consumo de álcool metílico (metanol) permitiu estabelecer nove casos, com sete mortes em 24 horas e dois pacientes em estado crítico com prognóstico reservado.
"Ficou evidente que os pacientes consumiram o álcool nas últimas 72 horas", afirma o comunicado. As autoridades presumem que a bebida foi adquirida em um comércio ilegal, no centro da capital equatoriana.
As autoridades investigam se outras duas pessoas morreram pelo mesmo motivo, segundo o texto.
O ministério pediu à população que não consuma licor de procedência duvidosa.
Em 2011 foram registrados pelo menos 164 casos de intoxicação metanol no Equador, com 50 vítimas fatais.

Fonte: JC Online.

Estudantes de colégio estadual em Salvador são picados por abelhas

Estudantes do Colégio Estadual Professor Carlos Santana, no bairro de Amaralina, em Salvador, foram atacados por abelhas na tarde da sexta-feira (27). De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), nove adolescentes ficaram feridos. No entanto, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) informou que oito alunos foram picados pelas abelhas. O avô de uma das vítimas disse que o neto de 14 anos foi atacado quando estava em sala de aula. "Ele ficou com cinco ferrões no corpo. Já foram tirados e ele passa bem", disse Alberto Possas.

Ainda segundo o Samu, oito dos adolescentes foram atendidos no local e tiveram os ferrões retirados. Os estudantes foram medicados e liberados. Conforme o Samu, apenas uma adolescente de 13 anos foi encaminhada para o Hospital Naval para receber atendimento médico e ficar em observação, mas ela passa bem.

Por meio de nota, SEC informou que prestou assistência imediata aos estudantes, acionando o Samu e convocando familiares. Informou ainda que conforme orientação do Corpo de Bombeiros, contratou uma empresa para a retirada da colmeia e disse que o serviço deve ser realizado imediatamente.

Não há detalhes se os estudantes estavam em sala de aula ou em algum pátio da escola quando foram picados.

Fonte: G1.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Anvisa reitera razões para proibir aditivos em cigarros

Está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta (25/10), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4874, que questiona a legitimidade da Anvisa para a proibição do uso de aditivos nos produtos fumígenos derivados do tabaco.

Deve-se ressaltar que o que está em debate nesta ADI não é o banimento do cigarro, mas se a Anvisa, no estrito cumprimento de sua função legal, pode proibir que a indústria do tabaco utilize aditivos que têm um único objetivo: disfarçar o sabor do tabaco e, assim, facilitar a iniciação de adolescentes ao tabagismo.

Tais aditivos têm tão somente a função de mascarar sabores, odores e sensações ruins em cigarros e outros produtos fumígenos, com o objetivo de fazer com que os usuários utilizem cada vez mais estes produtos.

Ao longo dos anos, o Brasil tem avançado no controle dos produtos fumígenos derivados do tabaco e também no combate ao tabagismo. Este avanço foi possível por meio da adoção de diversas medidas normativas, sendo uma das primeiras a Lei 9.294, de 15 de julho de 1996, que restringiu a propaganda e uso destes produtos.

Em 2003, o Brasil tornou-se signatário da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial da Saúde (OMS), cuja internalização no país ocorreu por meio do Decreto nº 5.658/2006. Esta Convenção, que conta atualmente com 181 Estados-Partes, objetiva a adoção de medidas conjuntas para o controle dos produtos derivados do tabaco e combate mundial ao tabagismo.

O Decreto estabelece a necessidade de se tomar medidas para combater a iniciação e apoiar a cessação do consumo do tabaco e reforça que estas ações sejam embasadas em provas científicas, tendo por objetivo a redução do tabagismo.

O Brasil e os demais países que aderiram ao CQCT firmaram o compromisso que “não se justifica permitir o uso de ingredientes, tais como agentes flavorizantes, o que ajuda a tornar os produtos de tabaco atraentes” e há recomendações para que os países proíbam ou restrinjam o uso, nos produtos de tabaco, de ingredientes que aumentem a palatabilidade, que atribuam coloração, que causem falsa impressão de benefício à saúde e que sejam estimulantes.

Em cumprimento às determinações da CQCT, a Anvisa publicou a RDC nº 14, de 15 de março de 2012, que dispôs sobre os limites máximos de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono nos cigarros, proibiu o uso de palavras como “light”, “suave”, “soft”, dentre outras, e restringiu o uso de substâncias aditivas nos produtos fumígenos derivados do tabaco, permitindo somente a utilização dos aditivos indispensáveis ao processo produtivo.

Apesar da publicação do regulamento da Anvisa, o uso de aditivos ainda é permitido no país por força de liminar concedida mediante a solicitação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da ADI a ser julgada no STF.

Para justificar a RDC nº 14/2012, a Anvisa publicou a Nota Técnica nº 10/2013, que apresenta argumentos detalhados para todas as alegações feitas por meio da ADIN. Dentre elas, é possível destacar:

·         O uso de substâncias broncodilatadoras com o objetivo de aumentar a absorção de nicotina pelos brônquios e, consequentemente, o seu potencial de causar dependência;

·         O emprego de substâncias que inibem o metabolismo da nicotina, deixando-a mais tempo presente na circulação sanguínea e fazendo com que o seu efeito seja intensificado;

·         A utilização de substâncias anestésicas para a diminuição da irritação das vias aéreas; e

·         O uso de substâncias que mascaram o sabor e odor ruim do produto, bem como a irritação causada pela fumaça do cigarro, tornando-o mais palatável.

Corroborando com as informações já apresentadas pela Anvisa, a Organização Mundial da Saúde publicou, em 2014, um documento no qual reafirma e apresenta evidências científicas de que o uso de algumas substâncias aditivas tem como finalidade o aumento do poder de causar dependência dos produtos derivados do tabaco.

São elas: a amônia (aumenta a nicotina livre e mascara o gosto ruim do produto), o eugenol e o mentol (provocam analgesia e menor irritabilidade para que haja uma maior aspiração da fumaça e disponibilidade de nicotina nos pulmões).

Menciona também os aditivos como substâncias intencionalmente adicionadas aos produtos com o objetivo de aumentar a palatabilidade, melhorar a aparência, criar falsa sensação de benefício à saúde, bem como de aumentar a energia e vitalidade.

Do STF, a Anvisa espera o reconhecimento de que tais medidas contra o uso de aditivos nos produtos fumígenos objetivam a proteção à saúde, dentro das prerrogativas legais da Agência, e que se possa, nesse caso concreto, impedir que crianças e adolescentes sejam atraídas para o cigarro.

Fonte: Anvisa.

Importação de padrões analíticos ganha regra mais ágil

Já estão publicadas as novas regras para importação e exportação de padrões analíticos à base de substâncias controladas. A nova resolução estabelece que a importação e a exportação de padrões analíticos de algumas substâncias sujeitas a controle somente nacional não precisar da Autorização de Importação (AI) e Autorização de Exportação (AEX).
A regulamentação está na RDC 186/2017.
Nos casos de dispensa de autorização de importação ou de exportação, a quantidade do ativo sujeito a controle especial não pode passar de 500mg por unidade, à base das substâncias sujeitas a controle somente nacional. Isso inclui aquelas que são controladas no Brasil, mas que não são objeto de controle internacional por não constarem nas listas de controle da ONU, que inclui os textos das Convenções de 1961, 1971 e 1988.
A importação continua sujeita aos Procedimentos 1 e 1A descritos na RDC n° 81/2008, inclusive no que diz respeito aos pontos de entrada no Brasil. Porém, com a nova regra, não será mais necessário apresentar a Autorização de Importação (AI) para conclusão do processo de importação e nem realizar peticionamento no sistema de Autorização de Importação para os padrões analíticos isentos.
Caso o país exportador exija a apresentação de documento, deve-se solicitar à Anvisa uma declaração informando sobre a isenção.
Amostras de qualquer natureza, bem como padrões analíticos à base das demais substâncias não estão cobertas pela isenção e devem continuar seguindo os ritos já estabelecidos para os procedimentos de importação e exportação.
A decisão simplifica os processos de exportação e importação de padrões analíticos, permitindo acesso mais fácil a produtos necessários para as análises em pesquisas, identificação de drogas, controle de dopagem, dentre outras atividades.

Fonte: Anvisa.